A utopia do Dr. Enéas – A desordem de Enéas, Estado forte e Estado fraco, Educação. (Pequenas considerações) – Parte 1
Por
muito tempo e ainda hoje há uma gama de oportunistas e demagogos que nunca
sequer leram o plano de Governo do Prona e formaram uma opinião preconceituosa
e estúpida ao redor da figura do Dr. Enéas. Não é por menos, tudo que soa nos
ouvidos dos falsos jornalistas como algo que vá em direção à ordem, e
facilmente massacrado, desvirtuado e colocado como algo extremista que quer
destruir tudo e formar um exército com um ditador dando ordens e prendendo
opositores – não passa pela cabeça que ordem é sinal de harmonia e de que as
coisas podem funcionar e seguir um padrão de organização, sem uma ordem ou leis
nada funciona direito.
Evidentemente,
nada do que era dito ou do que é dito por esses impostores é de fato real, ao
contrário, a política de Enéas era uma das mais humanistas, conservadoras, que
visavam de fato os mais pobres, os que mais precisam de ajuda e com isso
atingiria em sua utopia o bem-estar social. Ele era o único que poderia
endireitar nossa nação, o único que de fato a amava mais do que todos os
outros. Uma pena que uma voz sozinha em meio a tanto barulho e desumanidade não
lhe deram o devido valor. Não lhe interessava o poder pelo poder, mas sim um
país mais humano, que ama o conhecimento, que respeita as pessoas, que respeita
às leis, que forma cidadãos de verdade e que estes mesmos cidadãos possam
acreditar nas instituições, ou seja, tudo aquilo que se espera de uma
nação.
Ainda hoje temos uma mídia poderosa
(um pouco menos devido à internet), mas que é caluniosa e aliada aos grandes
corruptos que sequestraram as informações para desinformar o povo brasileiro.
Notícia por notícia, temos que investigar para saber se a manchete condiz com a
realidade, se o processo fala aquilo de verdade ou se pegaram só uma parte para
vender falsas informações ou para beneficiar um dos lados.
Não
houve nenhum grande intelectual brasileiro que levantou uma bandeira sequer
contra tais calúnias feitas contra ele. Naquele tempo Enéas não tinha como
fazer sua mensagem chegar nem ser ouvida como deveria. O único que chegou de
fato a dar ouvidos foi o senhor Jô Soares em seu programa. Neste país, é
natural que se rotule alguém para servir aos interesses de uma elite
corrompida. Eneas sempre foi levado de maneira jocosa, por conta da sua voz, sua
aparência com barba volumosa caiu como uma luva para os militantes disfarçados
de jornalistas tentar descredibilizar toda sua fala, comentando de sua
aparência, e desta forma não o levar de modo sério, e com isso as ideias de um
homem sábio foram se perdendo, até que a gloriosa internet lhe deu o seu devido
lugar de fala e tudo que ele dizia nos fez ver quem era os verdadeiros
traidores da pátria.
Algumas teorias conspiratórias
dizem que ele foi assassinado por lutar contra o sistema. Outras tantas o
colocam como principal candidato eleito em 2018. Claro que em cima de todos os
crimes de corrupção dos governos petistas sob o comando de seu líder Lula. Bem
pudera, estaríamos melhor servidos de um médico que era um dos maiores
especialistas na sua área na época, um homem que tinha um conhecimento vasto
das mais diversas áreas do conhecimento. Hoje temos até um militar que não sabe
atirar. É verdade, a que ponto chegamos! A desordem venceu.
Nunca
foi de fato meu interesse escrever sobre política, até que cansado de ver o
país se afundar comecei a ter este interesse em 2018. Sempre fui um escritor de
poesia e que falava de sentimentos, de filosofia, das questões da existência e
sobretudo do amor. Senti que tinha o dever de escrever sobre algumas ideias
deste homem que é admirado por tanta gente e que a maioria desconhece e achava
ou ainda acha que ele era apenas um louco. Alguns o odeiam sem procurar
conhecer – porque é bem mais simples odiar que procurar compreender. Quando
criança, apenas me diziam que era um louco que desejava construir uma bomba
atômica, que tinha amor pela guerra, na verdade, loucos fomos nós de não
procurarmos aprender ou entender o que ele estava dizendo. Mas este pequeno
texto pode te ajudar a trazer um pouco de luz nessas ideias e questões, se
tiver humildade e tempo para seguir.
Antes de fazer piadinhas
deveriam todos os políticos e essa elite cafona formada por canalhas e
demagogos, apenas ler e ouvir o que ele tinha a nos dizer – não há dúvidas que
é preciso ter humildade para mergulhar nas ideias políticas, principalmente de
ideologias que contestamos para assim quem sabe pensar ou procurar aprender
outras ideias. Se tem alguém com uma ideia melhor que a nossa; qual o problema
de aderirmos a esta ou aquela ideia? Como dizia Voltaire, “o ótimo é inimigo do
bom”. Que importa sua ideologia se uma ideia é boa, e que traz benefícios ao
povo?
A
desordem de Enéas
Estamos em 2022 e assistimos
diariamente uma desordem geral, basta analisarmos um segundo que seja as
notícias que nos chegam todos os dias. Isto torna tudo dito por Eneas ainda
muito atual, não por ele ser um profeta e sim porque não evoluímos muito
politicamente, ao contrário, regredimos. Ele dizia que tudo ocorria porque não
há respeito pela Autoridade, e sem a existência desta Autoridade não há
Responsabilidade. A ausência de uma implica na da outra. E este Estado de
completa desordem, produz mais desordem ainda, principalmente, aos mais pobres.
No
Estado de desordem, é uma regra que “estimula o que há de pior no ser humano –
a ganância, a corrupção, a necessidade de ganho fácil, a desonestidade –
criando uma sociedade onde impera o ódio, a violência, a desconfiança, a não
cooperação, um lutando contra o outro, sem nenhuma perspectiva onde tudo aponta
para uma desordem ainda maior”.
Quando somos enganados,
injustiçados ou roubados ficamos sem saber ao certo a quem recorrer e nos causa
o sentimento de descrença, do qual, deixamos de acreditar nas instituições para
resolvermos nossos problemas. E como diziam no Seriado Chapolin, “Quem poderá
nos defender?”. Eles nos amontoam dentro dos ônibus, na fila do posto de saúde,
vemos crianças e famílias pedindo ajudas nas ruas, faltam escolas, faltam
merendas, faltam remédios, faltam médicos, falta infraestrutura e morrem
pessoas em desastres naturais, falta saneamento básico e morrem pessoas com
doenças, faltam moradias e pessoas vivem nas ruas, falta respeito, falta
educação e vivemos no país cheio de analfabetos etc etc. É um mundo do salve-se
quem puder. E só com um Governo de homens sérios isso pode mudar, somente com a
intervenção de um Estado Forte podemos virar e mudar este cenário de desordem,
para estabelecermos a verdadeira ordem e progresso. Sem as mãos do Estado
devemos nós mesmos mudar o mundo? Mas fomos nós que demos os poderes para
sermos representados. Por que não somos respeitados? Será que somos cúmplices
de tudo que acontece no país? Enéas dizia que a culpa é somente do Estado que é
fraco e não cumpre com suas obrigações e as instituições também se enfraquecem.
Em um Estado fraco, só é possível gerar uma total desordem.
Estado
Forte ou Estado fraco.
Fala-se muito em liberdade
econômica, mas sem que se tenha o Estado para intervir nas suas desigualdades e
criar uma espécie de mecanismo para tentar ao menos dar igualdade de
oportunidades, teremos alguns poucos com herança ou patrimônio bem à frente dos
demais. Neste sentido vem a crença dele de que o “Estado tem de ser forte,
técnico e intervencionista”. É dito que
se tenha um poder Central Doutrinário, caso contrário a descentralização e a
guerra por ela torna-se desenfreada. Não existir um poder Central Doutrinário
dá uma grande margem para que outros poderes sejam exercidos nesta
descentralização causando, por exemplo, aquela desordem que um mandar prender e
o outro manda soltar, sem saber o que é certo e errado, ou aquilo que pode ou
não pode. Uma lei geral para todos deve ser seguida, caso contrário, sua
autoridade fica enfraquecida e perde o seu valor, ou seja, não tem autoridade.
É como uma criança sem limites que não obedece aos seus pais.
O que nós devemos esperar do
congresso? Enéas que foi deputado federal diz em seu plano de governo que “As
emendas apresentadas no congresso servem apenas para o interesse daqueles
senhores de determinados grupos regionais, sem a mínima preocupação com os
grandes problemas da nação e vai além dizendo que nada do que está previsto na
Carta Magna sobre o bem-estar social, é cumprido”. E completa “o cidadão que
acredita na lei, só assim, acredita no governo”.
Hoje discutimos e muito as decisões que chegam
a ser vexatórias do nosso Supremo Tribunal Federal, mantém preso um ladrão de
shampoos enquanto velhos políticos corruptos milionários são soltos com louvor
e posando de inocentes e o que é pior vão voltar para disputar às eleições
novamente. E foram soltos não por serem inocentes ou por cumprirem a pena. Tudo
isto manda um péssimo recado para a população de que vale a pena seguir aquela
máxima adaptada por mim para o caso: “Roubem, mas roubem muito! Alguma coisa
ficará e nada acontecerá, o Supremo vai nos libertar”. Com ironias a parte, não
estou dizendo que o Supremo não é importante e menos ainda que ele seja
corrupto ou coisa parecida, na verdade, como dizia Enéas em um Estado Fraco
todas as instituições também são fracas e mandam um péssimo recado para a
população.
Data
máxima vênia! Não venho aqui atacar um ministro em especial como muitos o
fazem, mas as decisões que aparecem nos jornais e que dão a entender que ser
corrupto milionário vale a pena e não o contrário. Acreditar que às leis serão
cumpridas e que elas servirão para todos os brasileiros é motivo de orgulho, de
valor e é este o motivo que faz com que nós acreditamos nas instituições, sem
dúvida, todos os brasileiros têm de se orgulhar quando veem que se tem uma
justiça séria e preocupada em cumprir o que é certo. Não se deve deixar de
condenar alguém por fama ou idolatria política. Políticos devem ser cobrados
não amados e idolatrados. Se alguns deles têm boas ideias, elas precisam ser
repassadas e ditas para que possamos segui-las, sim, precisamos sempre de boas
ideias para vivermos em um país melhor.
A
educação
O tema mais importante que passa por questões
até culturais é o da Educação. Sem educação não há compreensão nem entendimento
e sem educação e respeito não vai haver avanço algum social. Sem educação
seremos enganados pelo primeiro político charlatão que aparece ou até
continuaremos sendo enganados pelos mesmos de sempre. É muito bem dito “Com um
nível de educação precaríssimo a população brasileira não vai lutar pelos seus
verdadeiros interesses, que pressupõem a formação da cidadania, passando pelo
crescimento da nação e desenvolvimento”. É completa dizendo: Sem deter o mínimo
de preparo, sem possuir qualquer capacitação técnica ou científica, um cidadão
pobre aprende, apenas, a lutar pela sua sobrevivência. Um Estado que não se
preocupa em resolver as desigualdades sociais é um Estado fraco, que serve a
grupos que se revezam no poder. É mentira, é falso, é cínico chamá-lo de Estado
Democrático, apenas porque alicerçado em partidos políticos”.
O Estado dos sonhos de Enéas era um “Estado
forte técnico e intervencionista. Voltado para o bem-estar de toda sociedade
brasileira” ao contrário do que pensam os liberais que o Estado não interfere
na economia. Mas não diziam que ele era de extrema direita? Ele ficava
enfurecido quando falava de duas estatais, que segundo ele foram doadas,
‘Companhia Siderúrgica Nacional e a Usiminas, e a maior mineradora de ferro do
planeta, a Companhia Vale do Rio Doce. Esta última entregue por 3 bilhões de
dólares, e o patrimônio da Empresa está avaliado em cerca de 300 bilhões de
dólares. Se somar o patrimônio mineral não identificado, mas sabidamente
existente, os valores realistas vão para ordem de 2 trilhões dólares”. Será que
houve falta de educação ou alguém saiu lucrando com isso? Pelo visto não foi o
Brasil que ganhou.
Um ponto chave na Educação Brasileira.
“Não se
ensinam mais os valores de civismo, de ordem e de respeito. Os pais não têm
como exercer controle sobre as informações que os filhos recebem através da
televisão, e o resultado é que estamos formando uma geração sem valores,
perplexa, desorientada, que não tem nenhum balizamento, nenhuma referência, que
não distingue o certo do errado, porque eles se misturam em seu espírito”. Não precisamos nem ir muito longe,
basta entramos no twitter e vemos essa geração sem limites algum, nem vou
entrar nas questões reais e sociais.
Como seria a Escola no Governo
de Enéas?
Quem estudou nos anos 90 sabe que
não existia essa escola em tempo integral e hoje já se fala muito nisso, menos
ainda havia uma educação tradicional. Onde estudei havia brigas, desordem, o
que hoje se chama de bullying principalmente no recreio onde ninguém controlava
os jovens, alguns vindo de famílias problemáticas, muitas vezes faltava o
lanche ou quando vinha era um lanche que não sustentava e muitos ali só
conseguiam de verdade se alimentar na Escola, não havia quadras de esportes, em
algumas escolas tinha-se uma quadra destruída, banheiros em péssimas condições
de uso, pichados e quebrados. Só chegamos a ver um laboratório nos livros e era
uma realidade inalcançável. Não tínhamos referência moral e cívica alguma.
Imagine só o pensamento de Enéas “É na infância que se adquire o amor, o gosto pelo
conhecimento, e é a partir daí que se adquire o hábito saudável de estudar. A
escola funcionará em tempo integral, e nela será restaurada a educação
tradicional. Se faltarem escolas, elas serão construídas em tempo recorde com a
ajuda da população – o Estado fornecerá o material, a população dará o
trabalho. Serão construídas escolas simples, onde a criança terá aulas,
alimentação e atividade física”. É muito extremismo mesmo.
Quando
criança cheguei algumas vezes a cantar o hino, mas logo isso se perdeu. “O salário dos professores do curso
básico será único, será o mesmo em todo o país para um determinado número de
horas de aula, diariamente, nas escolas públicas ou particulares, as crianças
vão assistir o hasteamento da bandeira e vão cantar o hino nacional. Com
currículo unificado pelo governo em todo território nacional”. Cheguei a ter no currículo o ensino religioso. Por que
relutam tanto numa disciplina de Educação Moral e Cívica? “Disciplinas como a Língua portuguesa
e Educação Moral e Cívica serão obrigatórias dentro de qualquer curso para
escola do 2º grau sendo escola pública ou particular”
Na
faculdade de Engenharia Civil existem matérias de humanas, mas nenhuma voltada
ao Latim, isto poderia ter sido discutido. “No curso
científico que é o ingresso do educando para as universidades, terá acrescido
as disciplinas: Latim e Filosofia”. (Que número enorme de aptidões perdidas por
uma absoluta falta de oportunidades). Uma
bela frase é dita:
“Só o conhecimento nos garante liberdade”. Adiante “Um povo consciente sabe que é preciso que os mais competentes dirijam
uma nação, portanto, vale dizer, que é preciso formamos uma elite para dirigir
a nação do futuro”. Finaliza com “O governo tem responsabilidade de
remunerar muito bem os responsáveis por uma das áreas mais importantes para o
país: a educação”.
Desde
criança sempre quis conhecer um laboratório de perto, saber o que se fazia ali,
como funcionam os métodos e as descobertas, como se aprendeu a construir tais
coisas, meu livro que não deixa de ser uma utopia “Um planeta chamado átropos”
remonta essas ideias da infância. E depois de alguns anos descobri com Carl
Sagan que existia, as tais pesquisas. O Governo de Enéas dizia com razão. “É preciso fomentar a pesquisa
básica a todo o custo, e a Universidade é o único local onde podemos
desenvolver a pesquisa básica sem estarmos atrelados a compromissos
particulares. O desenvolvimento de um país depende do desenvolvimento
científico, que passa pela universidade”. Sobre os professores universitários: “O
professor universitário tem que ser um pesquisador. A nós, Professores
Universitários, cabe a especulação, a busca, a criatividade, a descoberta, a
experimentação, a ousadia, o risco, a vanguarda. Pesquisar é a possibilidade de
desnudar o desconhecido”. (Se os professores universitários não forem
pesquisadores, não serão professores universitários).
Já era dito sobre uma reforma na educação e sem ela não
vamos avançar com certeza. “Maior reforma na qualidade do ensino universitário com melhoria na
qualidade do ensino, à preparação de profissionais, à qualificação, às
condições de trabalho, à remuneração e à pesquisa”. Agora, vem uma polêmica grande que
os educadores podem falar melhor que eu. “O
vestibular será dissertativo, possibilitando ao vestibulando utilizar seus
conhecimentos pelo argumento e não pela “adivinhação” ou pela técnica mecânica
da “loteria esportiva” e do acaso. O aluno deverá saber escrever, e escrever
bem; deverá saber pensar, e pensar com coerência. Cria-se a habilidade da
argumentação e do raciocínio”.
Por
fim, deixo aqui um pouquinho do pensamento e da utopia do governo que não
tivemos e que deveríamos ter dado a oportunidade de termos. Em poucas palavras
se passaram mais de 20 anos desde que essas ideias não foram levadas a sério
nem pela elite, intelectuais, formadores de opinião, jornalistas e mesmo
artistas da grande mídia. Com exceção de Jô Soares. Por que não se discute um
projeto novo no Brasil? Por que tudo é tão cínico e feito por pessoas
ignorantes? Até quando a desordem vai continuar nos governando? E quando
teremos o tão sonhado Estado Forte de que tanto falava o Dr. Eneas?
“Ciência não tem pátria. Aceitaremos,
com devido respeito, a colaboração, em projetos de interesse nacional, que nos
cheguem de egressos de qualquer ponto do orbe terráqueo. Todo conhecimento pela
pesquisa séria nos interessa”.
Escrito por Manoel V. S.
Baseado nas ideias do Grande Projeto
Nacional do Prona de 1998.