domingo, 5 de abril de 2020

Era setembro.

Ouvi alguém chamando seu nome, era setembro.. foi um longo tempo em que você acreditou que algumas pessoas estavam do seu lado e se preocupavam com você, triste engano. Quando você já não podia dar mais nada , nenhuma centelha de graça ou de encanto restou, o tempo se fechou e o único abrigo soava nas palavras de alguém que estava tentando te ajudar, alguém que espera o ônibus na estação e comprava besteiras no mercado - a dignidade da preocupação e da presença de uma alma verdadeira e única. Ouvi alguém chamando seu nome, era setembro... os olhos se enchiam de lágrimas, as palavras diziam tanto o quão imperfeito somos, vimos que a importância que aquele tempo tinha. Aquelas pessoas não existem mais e não fazem mais sentido algum, o livro havia nascido o escritor precisava assumir que era isso que jazia dentro da alma e ninguém podia parar - sua maquina sincera, única e extremamente abusada vivia e tinha que nascer. As constantes falas das pessoas que não existem mais eram ditas como se valesse tudo, como se fossem permanecer de verdade, sem que se usasse o termo - estou apenas de passagem, quero apenas passar o tempo. Os sentimentos vão se revirando e o passado não pode ter um peso maior que o presente, o passado é uma folha de papel amassada e rasurada - como dizia o poeta que vos escreve. Ela precisava do rascunho para escrever o livro. Eu ouvi alguém chamando seu nome, era setembro.. você podia ouvir se deixasse o coração e a alma viverem e assim que os sonhos nascem.

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