quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Vi a minha história.

Eu vi a minha história desenhada em um trajeto; vi meu nome em uma placa de metal escrita na esquina da Marginal Botafogo- estava lá Manoel V. S. ; Senti a velocidade do carro enquanto acelerava, alguns sonhos iam embora diante de tudo aquilo que não mais existia. Em volta do espelho dei-lhe um sorriso sincero quando me senti especial - me achava o mais bonito dos homens, não pela beleza - mas pelo amor que em mim expressava. Eu vi a minha história como uma linha reta traçada por um Deus e rasurada por mim mesmo, quando olhei para trás não havia mais nada, nem a criança, nem o adolescente, nem o menino tomando leite com toddy ou brincando na rua. A voz da mamãe é a melhor melodia para se acordar e ver toda a luz do dia. Eu vi minha história desenhada em um trajeto, não tinha uma terceira pessoa para me dizer que aquilo não estava correto. Segui meu coração, meus sentimentos paguei todos os preços e pecados pelas minhas próprias escolhas; e vivi como quem tem Deus dentro da alma. Jamais alimentei o ódio, nem qualquer esperança - fui sempre sincero meio louco cheio de poesia, já deixei retratos na calçada, quebrei vidraças por bobagens, já destinei versos a quem não valia nada. Eu vi minha história como se fosse um desenho animado e tinha alguém pintando o meu próprio retrato, não era Deus nem o senhor Diabo, eram os homens que faziam tudo em volta - enquanto eu participava de todas aquelas figuras, eu nunca pensei que fosse me tornar o que hoje sou, muito mais homem, muito mais integro, muito mais afiado e acima de tudo muito mais menino do que fui um dia.     

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