domingo, 30 de agosto de 2020

A cidade de Maurilândia

A cidade Maurilândia é bem pequena, chegaram a dizer que há cerca de 13 mil habitantes fico assustado com o esse número, porque não aparenta ter mais de 10 mil. Bem as mulheres são comunicativas e conhecem todos que chegam na cidade, conhece os que saem e os que são de lá e os que não são também. Sabem onde trabalham e até mesmo o que fazem e uma fofoca atrás da outra. As moças gostam de sorrir e de brincarem ao menos as que estão nos mercados ou nos postos de gasolina. As pessoas aqui ainda sentam no meio fio para conversar. Não há violência como nos grandes centros, não há um semáforo sequer na cidade em compensação os quebra-molas pequenos parecem ser um atração turística inesquecível. Os homens são simples, brincalhões, bobos como quaisquer outros e se você dizer bom-dia eles respondem. O trânsito só há briga para quem vai deixar o outro passar primeiro. A economia parece se mover em torno da usina do vale do verdão. Como em Simpsons há um velho rico e tudo gira em torno da usina e mesmo de longe à noite é possível ver a luz e a fumaça da usina que produz álcool e açúcar. O nome José Mendonça e o sinônimo de manda-chuva da cidade, uma especie de Silvio Santos dono das terras em volta. Não há sequer uma churrascaria na cidade. Não há um shopping e nem mesmo uma biblioteca, não sei se existe livros por aqui, pode ser que encontrei em algum mercado. As mulheres gostam de ficar em casa, e às vezes você encontra algumas bebendo no bar mesmo muito jovens ou menores de idade - elas começam a beber cedo e talvez outras coisas, mas não posso garantir. Devido as terras e caminhões da usina a bela poeira invadiu toda à cidade, estão construindo uma ponte para passar os caminhões do lendário velho dono da usina. O clima ora está muito calor , ora um outro dia vem um frio danado e batemos nossos queixos.  Tive um problema na garganta e fui atendido de maneira simples e rápida no hospital do centro - A médica parecia querer dizer que não era da cidade, se referindo a uma cidade maior chamada Rio verde. Pelas palavras a sensação dela era ir embora da cidade o quanto antes, tive que dizer que sou de Goiânia, não para menosprezar nada, apenas para dizer que não sabia direito onde podia comprar os remédios em um lugar mais barato. Os meninos mal nos conhecem e já nos chamam para beber junto e fazem amizade muito rápido. Há um mercado que é bom na cidade, os outros são menores e tem poucas coisas a oferecer. A criminalidade praticamente não existe posso caminhar tranquilamente pela noite com meu celular na mão. Não há um banco grande e as agência são pequenas, não há um único caixa eletrônico 24 horas. Tem apenas uma única lotérica que é onde moro perto, lá os velhinhos passam na frente com um sorriso. Próximo ao rio verdão , há uma especie de parque até que feito de maneira simples e diferente chamado de prainha, embora não esteja funcionando devido a essa maldita pandemia. Há um x tudo até que mais ou menos, por apenas dez reais e isso é ótimo - porém eles demoram muito para entregar - e não há uber ou qualquer ifood da vida por lá. Os mercados não vendem mais barato nem muito caro os valores são praticamente os mesmos dos produtos em relação as outras cidades. O clima é quente e parece que a diversão deles seja beber ou comer besteira, não há lugares para ir! Então as pessoas aqui adoram ficar sentadas na porta de casa conversando, o que me lembra uma frase minha de uma poesia 'eu sentava no meio-fio e conversava com Deus', bem é um hábito muito legal e simples que não fazemos mais nas grandes cidades é cada vez mais raro. Não pense que há segredos por aqui um conhece o outro e se te virem uma vez o boato de que você está na cidade corre aos quatro cantos. Reclamei sobre o preço do bis (que aumentou em todas as cidades), comprei um pão por 50 centavos que apesar de tudo no outro dia ainda estava ótimo. Não acho que seja o forte da cidade vender comida barata. Parece que Rio Verde e Santa Helena são as cidades que abastecem por aqui - os mantimentos. Um exemplo se você não encontrar uma peça de carro aqui, ela vem dessas duas cidades. Não há shopping ou fast food nenhum que seja, nem mesmo há uma churrascaria sequer embora se tenha uma carne de boa qualidade. Os que fazem faculdade como não há nenhuma por aqui vão para Rio Verde e Santa Helena nos ônibus. A subestação onde trabalho vão pegar o bagaço e produzir energia transformando energia térmica em elétrica com o bagaço da cana de açúcar - na entre safra. O único prédio é o hotel.da cidade com seu gigantesco três andares, não há o que reclamar quem deseja uma vida simples e pacata. E uma cidade que parece que não deseja ser maior que o que é, nem deseja ser diferente, não é metida nem deseja ser sofisticada - tudo é simples, mas tudo também parece ser vazio!