Um viajante de outro planeta me contou.

 Um dia as coisas foram diferentes e o dia foi mais bonito, mais belo. Tudo aconteceu de maneira tão bem elaborada que parecia que estávamos vivendo no paraíso e que Deus nós abençoou. Teve um outro dia que tudo estava muito chato, tudo deu errado e a gente ficou tão decepcionado e revoltado que acreditamos que estávamos vivendo no inferno e que o Diabo estava nos azucrinando. Um viajante de outro planeta, me contou, baixinho e no pé do ouvido, que olhou para nossa forma de agir e viu que reclamamos muito de problemas pequenos, que agradecemos pouco quando temos muito e que deveríamos celebrar melhor os nossos dias, dos quais, existimos todos sem sabermos ao certo o por que desfrutamos da vida e de nossa breve existência. Com acaso ou sem acaso, tudo é um mistério maior que um sonho ou pesadelo, estamos entre a lógica e a não-lógica, entre o espaço preenchido e o espaço infinitamente vazio, entre a existência e o infinitamente nada, que seja Deus, ou seja o que for - que nos colocou para experimentar, alguns por um tempo a mais, outros com um tempo a menos. O amanhã é possibilidade, o passado não existe mais e o hoje é tudo que temos para viajar. A bagagem, às vezes, acaba sendo pesada, mas cada um nos sabe como carregar - alguns com amor, coragem, luta e respeito, entendemos, que outros nem tanto, os caminhos são diferentes e os caminhantes também... o nosso GPS pode ser Deus para alguns, pode ser o próprio nada para outros e pode ser também o próprio Diabo aos que fazem o inferno na terra... Sigamos para que tudo deixe de ser apenas uma passagem, uma viagem, e que tudo seja mais que eterno, que seja belo! Tudo o que vivemos é único, sutil, atormentador, mágico, misterioso, com ou sem sentido, tudo acaba sendo uma mentira e uma verdade ao mesmo tempo, no mesmo instante somos e seremos -tudo e nada ao mesmo tempo... Somos e seremos tudo e nada ao mesmo tempo.