domingo, 26 de agosto de 2018

'Você estão juntos? Eu disse: não, não'

Um gênio dizia que a história que acontece nunca é como poesia, porque a poesia é o que deveria acontecer (infelizmente a nossa vida e história não é uma poesia). Triste estou por um primo, aconteceu algo trágico coisas que a vida tende a traçar. Triste talvez por outras coisas que ainda me fazem sentir uma pessoa muito estranha, não sei explicar - sinto que sou estranho a mim mesmo, minha própria personalidade, não tenho me encaixado bem em certos padrões e sou obrigado a viver em conflito existencial com meu próprio íntimo. Faz algum tempo, eu não me sinto poeta e isso dói dizer, preciso voltar a poesia como uma criança precisa de um novo jogo. Rompi alguns laços e estabeleci outros. Ainda me sinto eu mesmo (apesar de estranho), transformado em alguém mais pensativo com a vida, ao mesmo tempo, cada vez tenho menos paciência. Não há ninguém para perdoar nem para eu salvar, não há alguém para amar ou odiar. Ligo meu carro e acabo me apaixonando pela estrada e por esse universo maluco, realmente nós somos as mesmas crianças só mudamos os nossos brinquedos. As pessoas que não levam a sério nada, está meio fora de moda acreditar em alguém inclusive nossas escolhas e o modo como agem - de como determina a vida umas das outras. Você fez isso eu vou fazer aquilo e assim não resta muito a dizer. Eu posso perdoar um amor que se foi, mas nunca um que fingiu amar. Existe amor melhor que a coragem ? Aprendi que quem dar amor a todos não tem nenhum, e não pode dar a nenhum. Aprendi que quem nós ama - não inventa desculpa, não divide, não trai, não engana, não mente, não desiste, não deixa de ser importar e vai lutar com coragem para dar tudo certo. Eu sentei ao seu lado, alguém entendeu e acabou dizendo: 'vocês estão juntos?'  eu disse 'não, não.. e só uma conversa de quem fala uma mesma língua.' alguém entendeu e ficou espantado, eles falam uma mesma língua? Isso é possível, alguém pode falar uma mesma língua? Sim alguém pode dizer no mesmo tom - é assim que acontece, muito estranho, muito simples e ao mesmo tempo tão poderoso. Ela tinha me dito que era para sempre, e eu tive que dizer também - afinal de contas era o que sentíamos. Nós não podíamos mentir para eternidade nem para os deuses! Ela dizia que tudo era um sonho, e foi até acordarmos; ela morreu depois dos dezenove anos, passou a usar as mesmas roupas das amigas e a praticar muito bem a arte de enganar; era janeiro e ela precisava mentir até o carnaval, não restava dúvidas agora ela é uma profissional; mente e sorri, vive uma mentira em cima da outra. Ela tinha dito que era para sempre e nunca foi tão feliz, até aprender a mentir e uma mentira com outra soma acabou matando-a. Ele não acreditou mais que os sonhos usavam saias ou shortinhos, ele pensou que os sonhos um dia seriam reais. Até desistir, até deixar o tempo correr e dizer a verdade - ele aprende uma grande lição: nunca confie em quem não te ama de verdade.   

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