segunda-feira, 6 de abril de 2015

De Poetisa para Poeta.

Ele era um sonhador. Carregando no rosto o sorriso bobo, e nos bolsos a pretensão de que iria mudar todo mundo. Falava sobre o capitalismo, as revoluções internas e o futuro incerto. Ele queria ser estrela do rock e líder político, andando na corda bamba da geração coca-cola. Falava sobre religião e corações partidos. Sair com a galera e casamentos a distância. Eu achava graça em tudo, pensando em bandeiras e saltos. Na faculdade e em sair de casa para cuidar da minha vida. Publicar um livro aos trinta, fazer algo importante e reconhecido antes dos quarenta... Algumas loucuras antes dos vinte, viajar, conhecer pessoas, reencontrar pessoas... E era tudo tão tolo e tão bonito. Era tudo tão incerto, como uma brisa fria e passageira que vem para aliviar os tempos difíceis. E onde estará você agora? Realizou o que sonhava? Deixou seu rastro por aí? Penso nisso de vez em quando. No quanto as coisas foram diferentes, e ainda assim seguiram um rumo, não reto, mas curvo. Escalando, sempre e sempre.. Será que vamos nos encontrar do outro lado da montanha? Sim, tenho pensado nisso. Andei apagando umas fotos antigas, revirando o passado, tirando a poeira dos móveis, jogando algumas coisas fora... Já era a hora, você diria. De se livrar do peso morto e seguir em frente. Sempre que ouvir aquela banda de rock, aquela melodia da Marisa Monte, que alguém falar dos velhos filósofos e das noticias do circo armado do senado. E eu vou me recordar daquela velha poesia das vezes que a gente pensava que iria revolucionar o mundo... Por que não podia ser diferente Poeta. Você mudou algo em mim e eu não vou esquecer. 

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