domingo, 17 de dezembro de 2017

Nosso tempo.

Robert achava que perdia muito tempo conversando algo com alguém que não gostava; resolvia então conversar e gostar com quem não gostava dele. Jeito estranho que a natureza e os deuses do amor arranjaram como forma de fazer ele odiar (nem que seja um pouco) quem ele ama. Um sinal poderia ser um limite para acostumar com milhões de janelas abertas e outros bilhões de conversas incompletas. Algumas pessoas dizem coisas realmente muito legais de se pensar - todavia a maioria delas não passa de pouca espirituosidade, pouca ação ou para falar a verdade estão muito deprimidas consigo mesmas. Pode ser que precisou deixar-se de ser amado para poder amar novamente. Um amor incompleto sempre atormenta uma alma, sempre cala um sonho e um faz tudo na vida ser meio incompleto. Ninguém gosta de dizer o que realmente incomoda, até mesmo porque incomoda até em dizer. Acho que todo mundo precisa de um tempo sozinho; um tempo mesmo para não enlouquecer com a gente mesmo. Não digo de dias nem meço as horas, ouvi o nosso próprio silêncio da alma é necessário, por mais estranho que seja. Robert não deu o direito a ele mesmo disso e isso pode ser perigoso; quem não tem um tempinho para si pode viver a vida no tempo dos outros. E o tempo dos outros nem sempre é mesmo que o nosso. Precisamos viver no nosso tempo.      

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