Que vergonha!
Te ver e querer ver-te de novo.
Como se não já tivesse visto tantas e tantas vezes,
Acho que sofro de querer ver-te.
Que vergonha!
Fingir sempre que fui ao mesmo lugar que você está;
Menti aos outros para te olhar escondido, quem sabe um encontro destes quase que meio perdido.
Que vergonha!
Não dizer uma só palavra, não arrancar tudo que vive escondido,
Não poder dizer todos os meus mais belos segredos sofridos!
Que vergonha!
Não consegui olhar-te nos olhos, falar a ti com segurança do mesmo modo que pensamos com tanta confiança.
Que vergonha!
Está diante de ti, e não dizer o quanto
Amo-te calada, sozinha, olhando as estrelas!
Que vergonha!
Não dizer tudo que sinto,
Tudo que sou,
E de como estou!
Que vergonha!
Não viver o sonho, não falar uma palavra
E não demonstrar um só sinal.
segunda-feira, 24 de dezembro de 2018
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