segunda-feira, 3 de abril de 2017

Quando paramos de escrever: Começamos a pensar.

Passo todo dia na mesma rua, vou subindo e depois desço 
Vou indo e vindo e quase sempre encontro as mesmas pessoas
A menina come o salgado e vende bilhetes, os mendigos dormem na rua
E os motoqueiros com capacete. Passo, de novo, hoje e amanhã 
a menina desce e usa uma roupa diferente, ás vezes, ela usa a mesma roupa e no outro dia lá estamos de novo; o rapaz deixa a barba depois ele tira!
A menina passa maquiagem, depois ela nem liga. 
O motorista sorri hoje e amanhã fecha o rosto, o dia já vem vindo, 
e a menina sofre com tantos cálculos, eu peço calma que o mundo não vai acabar calma que tudo vai se organizar. Passo todo dia, que coisa chata é essa rua; 
Não vejo nada novo e nem velho, nada direito ou errado; 
Passo todo dia, querendo mudar o trajeto, ganho uns trocados 
e me sinto menos honesto; sempre acho que alguém merece mais ou que outros mereçam menos - sempre acho que o mundo era melhor se fosse feito para o justos, que injusto, justo. 
Eu nem posso mais escrever.

Nenhum comentário:

Postar um comentário