quarta-feira, 6 de abril de 2016

Não quero uma vida tranquila.

Não quero uma vida tranquila sem preocupação ou problemas, mas também não quero uma vida com preocupação sem solução ou problemas incorrigíveis. E preciso pensar e sentir quando lemos um texto entre cada palavra há um sentimento e um sentido. O escritor sendo bom ou não no caso espirituoso ou não possui uma alma. Na bíblia, por exemplo, foi escrita muitas vezes sob forte emoção e isso é magico. Assim as palavras aos poucos descrevem a alma dependendo do tom e da forma. Quando estava preparando meu conto senti muito isso, algumas pessoas leem por ler. Algumas outras escrevem por escrever. E preciso bom gosto e requinte, não é o dinheiro que torna uma alma pulsante - nem mesmo a beleza nem nada dessas coisas, porque tudo vem da própria natureza. Não é difícil perceber; sob o olhar. Tenho sido visto como alguém que tem sempre algo a responder quando me indagam; como se houvesse uma língua afiada - mas quando há injustiças em que eu possa falar e natural reagir contra. Nossa inteligência é um modo de se defender das más intenções, claro que as coisas são mais irônicas na minha visão do que algo terrivelmente sério; o que deve ser levado a sério dever ser sempre algo que pode comprometer nossas vidas ou nosso coração. Olho as senhoras bem velhinhas pedindo informação - com um olhar meio dramático pensando onde está a família desta senhora ? Por que alguém mais novo não a auxilia ? Qual será a história dela para que ela esteja aqui sozinha e sem saber se comunicar. Meu chefe faz o trabalho dele, uma pena que tenha que despejar ou multar uma pessoa carente ou muito pobre não só em questão de dinheiro, digo de espírito e também de conhecimento ou noção do mundo. Poucos sabem quantos livros li, o que fazia quando tentava entender e buscar as coisas; a maioria dos grandes escritores estavam bastante empenhados ao escrever sobre os tipos de alma, existências, personalidades, etc. Muito disso me fez carregar ideias e pensamentos, indagações da alma. Não é atoa que escrevi tantas frases de efeito, porque isso eleva alma quando ela entende o que está sendo escrito. Torna-se maior mais bela as pessoas que leem.


(A Pequena História de Lucy)
Vi Lucy limpando suas roupas para estender no varal. Ela sempre saia de casa procurando novos ares ou uma nova aventura e nada encontrava. Antes ela tinha o que esperar e com o quem contar sua vida os anos correram - bem que ela tentou forja a natureza e se enganar em meio as outras almas, mas nem uma delas era tão verdadeira e mexeu tanto quanto aquela outra em que ela fez planos e sonhos. Antigamente Lucy tinha quem amar e o que sonhar para o resto de seus dias e aquilo fazia falta - porque tudo em volta tinha sentido - ate mesmo o fato da própria existência dela, ela era especial de verdade - não por sua beleza ou por meras escolhas que teve. Embora com os pequenos contratempos da vida aquela época foi em que ela mais sentiu viva e com ânimo de acordar e viver - só soube disso bem depois quando tudo o mais ficava cada vez mais vazio e sem cor - quando tudo faltava algo. Ela estava só enquanto decidia o que fazia em casa sozinha, nada havia a se fazer - mesmo que ela soubesse de quem precisava e da saudade, de pequenas lembranças que tinha. Ela sentia falta ate mesmo de brigar por algo, por viver algo intenso e por sentir aquelas palavras de seu amado - que quando estava feliz era a melhor pessoa que ela conhecia.  Ela a cada dia sentia falta de ser verdadeiramente amada - por aquela alma única e cheia de vida. Sentia falta de saber como se estava, de aprender e de realizar seus próprios desejos e sonhos. Lucy arrumava suas coisas varias vezes ao dia para o tempo passar; inventava bobagens e tudo que ela gostaria de verdade era de estar com quem a fez mais viva e radiante quanto o brilho da estrelas. Mas algo a impedia e ninguém sabia - Lucy perdeu a vontade de sonhar; hoje ela aceita e vai a quase qualquer lugar que a faça lembra um pouco que seja de seu amado - Lucy está sozinha por medo de amar; mas não sozinha sem alguém por perto - mas sem alma e sem um poeta que tenha o tiro-certo, um olhar pequeno e alguns chocolates dentro do bolso.

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