terça-feira, 1 de março de 2016

A Cidade de Natal - Final.

Duas meninas gordinhas e gêmeas brincam de quem descer primeiro perde o jogo. Elas estavam na fila do embarque e para minha sorte as vi de novo na volta, filhas de uma japonesa novamente elas brincaram da mesma brincadeira com as bochechas mais rosadas devido ao forte sol de Natal. A praia de natal é bela assim como imagino que seja todas do nordeste brasileiro (ou maioria), mas o povo que trabalha em volta - homens que parecem mendigos que montam barraquinhas são em sua maioria sujos e se vestem mal, alguns bebem e outros fumam maconha. Por qualquer doze reais eles te tratam bem e não ligam muito pelo modo como se apresentam ou abordam, se viram quando vão falar com alguém de outro país o dinheiro responde quando precisam. No voo de volta uma senhora pediu um colete salva-vidas ou uma boia; disse que não iria decolar se não houvesse, resta saber qual mar ou rio que separa Brasília de Gyn, no entanto, creio que se o avião caísse a última coisa que ela iria desejar seriam esses acessórios. Estranho quando cheguei em minha cidade parecia que eu acabava de acordar de um pesadelo. Natal em si é uma bela cidade, mas parece não haver alma. As pessoas não carregam em si nenhum tipo de poesia e tudo torna-se mesquinho como uma ilusão de quem olha o mar e esquece da vida. Bares cheio de turistas e há muito pouco como na maioria das cidades gente que tenha dinheiro, para a maioria ganhar dinheiro ou se dá bem lá vindo de família pobre é algo de extrema dificuldade - os empregos que se encontram pagam tão pouco que fica difícil encontrar alguém que possa mudar de vida assim. Um prédio de frente ao mar custa tão pouco que se comparado a minha cidade compraria um num bairro de nível mais ou menos e afastado do centro, sem elevadores, etc. Acaba sendo uma ótima cidade para se visitar e para turismo, morar pode causar um tédio terrível e um vazio na alma de que tudo que se oferece nada tem um significado ou valor. Há um vazio nas pessoas que vivem aqui, uma tristeza melancólica em suas palavras e expressões. Os turistas fazem eles se sentirem inferiores de alguma forma os colocam acima por qualquer meia duzia de reais, aceitam tudo que oferecem e não veem nada além de ganharem algo porque quase não têm nada. O que vejo na maioria das pessoas que trabalham e moram por aqui e algo que ocorre devido a pobreza financeira, mas todos sabemos que a pobreza de espírito (falta de educação, de sensibilidade,etc) e bem pior do que a pobreza advinda do bolso - e infelizmente tenho que dizer a verdade a pobreza de espírito reina neste lugar. E estranho notar que as mulheres desta cidade encaram você não sei se fazem isso com todos ou por saber que você é um turista. Conversei com um cara de mesma idade minha, e fomos num evento gospel na praia onde tocava um som. Duas belas meninas adolescentes de talvez no máximo quinze ou dezesseis anos estavam sentadas ao nosso lado sorrindo e conversando nos olhando meio de lado. Perguntei de onde eram e uma delas me disse que era "daqui mesmo" a outra que não respondeu nada - não parava de olhar e não saíram de lá (isso deixa sem graça) ficamos la um bom tempo ate que falei para meu "amigo" para sairmos e irmos andar - conversamos sobre a cidade e ele havia me dito que era surfista e que esta desempregado e sem estudar e falou que tentava passar em concurso e isso claro remete a olharmos para nos mesmos; pense só o quão ruim é para um jovem de vinte poucos anos estar nessa situação e sem perspectiva de melhora - deveria haver ao menos um trabalho para ocupar a mente (desanima pelo salário) e poder comprar coisas com próprio dinheiro e sem estudo isso diminui mais ainda o ânimo, somado a tudo isso a falta de um amor vem completar ainda mais a falta de vontade. Pela noite fui ver o mar três moças vieram me perguntar o que tinha de bom na cidade, disse que não sabia que estava de passagem recomendei o passeio de buggy. Perguntaram de onde eu era, e elas cada uma era de um estado diferente achei aquilo muito estranho. Outro dia fui numa barraca para comer algo, reconheci o cara que me atendeu da viagem que fiz a oito meses atrás, fiquei na sombra reparando o mar e lembrando de outro (mar) e com certeza o que dizem é verdade - nenhum mar é igual. O sol forte de domingo; com a praia cheia não achei legal. Infelizmente desta vez não vi a lua junto com o mar uma visão da qual me impressiona e me deixa extramente encantado. Como creio que não irei mais voltar a esta cidade, essa visão lá não verei nunca mais.        

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