quinta-feira, 17 de março de 2016

O amor de Anne. (Parte 3)

Para muitos hoje era um dia comum, para Anne significava o dia mais importante a sua alma. Robert afirma a sua amiga, que a beleza dos corpos pode ate certo ponto atrair nossa espécie; mas e a companhia da alma? Nosso íntimo ser -> revela ate onde pode e deve; expressar os nossos sentimentos e algo muito delicado feito para as almas raras. Ter companhia a alma significa ter alguém para vida inteira -> significa não deixar de sonhar. Anne está pronta fisicamente; emocionalmente não sabe explicar - pensa que o dia de hoje pode não ser uma boa para ir de encontro assim há algo que sempre fez errado e que deixou para trás. Ela pensa olhando no espelho dentro de seus olhos 'e se ele odiar e não puder mais me olhar como antes, e se ele me tratar tão indiferente como fiz com ele; E se ele não entender mais - e se ele não querer mais me ouvir.' Sua amiga chega segura sua mão e diz - 'Não precisa dizer nada. Eu sei o que você veio fazer aqui, vejo no seu olhar e dentro de sua alma - o que está sentido. E hora de você expor isso de verdade. E hora de você ser vista como uma Rainha. E hora de ir em busca do seu reino, sua alma precisa disso. Anda logo, deixe por um momento seu coração falar.' Robert vê um casamento e lembra que uma vez já sonhou esse acontecimento com alguém, mas tudo foi interrompido. Ele sempre cita a história de Zadig que foi vê ou provar se sua 'amada' realmente o amava e viu que não existia nada daquilo dentro da alma dela, justo ela que se vangloriava de sua moral e criticava a dos outros -> muitas vezes as virtudes de alguém não querem dizer nada se não há amor dentro do coração -> tudo fica vazio, se não há brilho no olhar nada faz sentido, se não há sorriso e graça, de que vale tudo que existe? - Anne fica ainda mais apreensiva depois das palavras de sua amiga e depois imaginar todas as possibilidades ela não sabe o que fazer - mesmo que antes tenha decidido tornar de verdade uma rainha e mostrar o que sua alma sente e deseja, e de como ela fica melhor com tudo que viveu e que pode viver - com tudo que pode realizar. Robert fica muito bravo quando encontra uma feminista, ele se sente muito mal quando sabe de alguma. No décimo andar da vida, dizia uma alma tremendamente cruel era uma moça perdida e agora qualquer sonho serve, qualquer amor barato, qualquer abraço, qualquer beijo, qualquer toque, qualquer vida cabe, qualquer lugar; qualquer ser vivo e qualquer bom dia dito. Agora não faz mais importância (talvez nunca fez na verdade para ela) e tudo perde seu valor - tudo fica sem conteúdo algum - tudo é ta bom assim, pode ser assim, vamos lá - quem liga? Agora se humilha por qualquer coisa sem graça e aceita qualquer palavra sem vida, qualquer gesto sem emoção (sem parte da história), qualquer pessoa que se diz legal ou que parece, qualquer um que fisicamente esteja por perto. Agora ela aceita realizar tudo de qualquer jeito com outro alguém em sua vida ou usando tudo que aprendeu. Agora agrada qualquer um em troca de algum carinho ou palavra, porque qualquer coisa serve para quem não sabe e não pode viver um amor de verdade, justamente qualquer coisa pode ter sentido e fazer parte de tudo. Qualquer vida serve. Anne tem ódio e abomina essa menina, ela diz que ela não deveria nem mesmo ter nascido - e que se existisse seria para lembrar o tipo de pessoa que não devia existir ou viver. Não devia ser permitido magoar várias vezes quem não se quer por perto para sempre. E preciso deixar ir quem não se ama. O amor dela acordou de tudo. E se as coisas não acontecerem ela pode dizer a todos que sempre lutou e quis que fosse assim, na cidade onde os sonhos nascem, ela nunca deixou de sonhar e acreditar. Anne suspira, entra no carro e fecha os olhos. Muda sua feição do rosto e fica séria 'e fala com a voz firme vamos lá.' O carro segue em direção ao seu destino.. ela está chegando e não sabe nada do que vai encontrar. Robert está folheando um livro, e pensando no que vai escrever com sua lapiseira nas mãos... 

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