domingo, 6 de setembro de 2015
A Cidade de Natal.
Adentrando em meio a cidade via a situação precária da maior parte da população, meus óculos escuros indo ao hotel ficavam assustados quando eu retirava, vi casas bem pequenas e que foram formadas sem estrutura alguma. Uma pobreza miserável de um povo nordestino e abandonado por uma sucessão de governos e de bilionários preocupados apenas com seu próprio nariz. Não havia beleza, o povo tinha em sua pele carregada as manchas de um sofrimento não só advindo do corpo mas também da alma e do coração, ainda restavam a eles o gesto humano e humilde de que nada tinha a oferecer exceto o bom humor e a alegria de conseguir em meio a tanta desgraça, uma maneira simples de se viver. Chegando mais próximo a praia eu vi o mar que parecia feio por conta dos vidros escuros e do meu óculos já se começa a escurecer onde eu estava. Fui conhecer a praia e ela estava deslumbrante mesmo anoite, logo eu que nunca havia visto uma praia na vida, poderia passar a vida contemplando tanto a praia como o céu. Logo no outro dia, fui conhecendo as pessoas - me trataram super bem no mercado e quando precisei - caminhando por aquele belo lugar descobria os lugares com as pessoas me indicando com um sorriso e com um sotaque bem característico, antes de sacar um dinheiro uma moça me viu começou a puxar assunto, achei engraçado ouvi-lá porque o som soava bem diferente. Era um lugar mágico porque era próximo a praia, diferente da onde eu vim - porém e aqui que tenho uma história e não lá - acho que com o tempo iria me sentir triste em ver a realidade daquele lugar. E também sei que ali onde estava não era a realidade daquele povo que havia visto antes de chegar ate lá. Correndo pela praia descalço o ar puro leve me fazia correr mais rápido que aqui onde moro. Era incrível a visão do morro que tinha para ficar descansando. O hotel me dava um ar de ser um escritor e eu podia escrever - recebia um bom-dia engraçado de uma mulher que pensei que era a mesma no outro dia e no entanto não era. Tomei café junto com aquelas pessoas e elas me olhavam e pareciam saber que aquele branquelinho de camisa cavada não era dali. Conheci os dromedários que são escravizados e maltratados, para servirem de atração turística. Vi diversas praias e percebi que os ventos e a natureza desenham cada uma delas de uma maneira - andei como se tivesse no deserto - doei dinheiro aos mendigos em volta ate acabar minhas moedas. Não parecia o Brasil, ao menos o meu Brasil. E como eu estava na parte da cidade que vive do turismo - tudo me era oferecido, e tudo me parecia também algo vazio. Não sei o que pensam muito bem as pessoas de lá, não era o meu ninho nem o meu lugar. Era apenas um lugar por onde passei e por onde aprendi modos de viver diferentes dos que estou habituado a conhecer. E tudo aquilo me fez ter vontade de conhecer mais o meu país e outros lugares. Porque sei que há outros mares, e nada melhor que uma boa companhia para conhece-los.
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